Pablo Horácio Guiñazu, ao sair de campo após a derrota do Inter para o Mazembe por 2 a 0, ainda teve que esperar na beira do gramado para dar entrevistas. Ele olhou para o chão, passou a mão pelos olhos, esfregou a camisa no rosto. Estava arrasado.
Rafael Sobis, talvez o jogador mais brincalhão do Inter, caminhou lentamente por um corredor da zona mista. Parecia ir para uma execução. Olhava fixamente para o nada. Ao ser entrevistado, soltava uma voz baixa, quase inaudível. Não acreditava no que havia acontecido.
Paulo César Tinga carregava fones de ouvido que pareciam pesar uma tonelada. Soltar um sorriso ao ver Andrezinho dando entrevista para uma TV sul-coreana foi um segundo de exceção. Colorado desde criança, ele sangrava por dentro.
Eles estavam à beira da depressão. São todos protagonistas de um dos maiores fiascos da história do Inter. E sofrem por isso.
- Eu posso falar, com toda a certeza, que não tem nenhum torcedor colorado mais triste do que eu. Até pode ter igual, mas mais triste do que eu não tem – disse Tinga.
Os jogadores choraram no vestiário. Ainda dentro de campo, desabaram com um golpe sem tamanho. Nei se agachou no gramado. Celso Roth teve outra feição no rosto: de incredulidade.
- Estamos todos muito abalados. É um clima de velório – afirmou o vice-presidente de futebol do Inter.
Dureza vai ser ter que encarar a disputa do terceiro lugar. O churrasco na casa de Abel Braga, o passeio programado pela cidade, tudo fica em dúvida com a eliminação.
- Para mim, o Mundial acabou – resumiu Alecsandro.
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