Se um time se chamava Trem, o outro poderia muito bem receber o apelido de Metrô. Afinal, o Náutico devolveu com juros a derrota sofrida para a equipe do Amapá na semana passada ao impor 6x0 sem dó nem piedade, nesta quinta-feira (3), nos Aflitos. O resultado classificou os alvirrubros com sobras para a segunda fase da Copa do Brasil, quando terá pela frente o Bangu, do Rio de Janeiro. O atacante Bruno Meneghel, que andava em dívida com a torcida, desencantou com dois gols e uma assistência.
A escalação de um trio de atacantes - Kieza, Ricardo Xavier e Bruno Meneghel - definiu por si só qual a cara do Náutico no primeiro tempo: encurralar o adversário em seu campo defensivo. E assim foi feito. Em primeiro lugar pela capacidade dos jogadores em executar o combinado. Em parte pela fragilidade do Trem, que não teve outra alternativa a não ser tentar se defender e rezar para o primeiro gol não sair logo.
E ele, o gol, poderia ter saído em duas oportunidades já antes dos dez minutos. Aos sete, Bruno Meneghel recebeu de Ricardo Xavier e mandou para fora. Um minuto depois foi a vez de Peter mandar raspando a trave direita de Cristiano. O gol estava maduro para descarrilar o primeiro vagão do Trem. Ele se foi aos 12 minutos. Kieza cruzou e Bruno Meneghel, desta vez, não vacilou. Mandou de cabeça para fazer 1x0.
Do jeito que estava, o segundo não tardaria. E quatro minutos depois, o time do Amapá perdeu o segundo vagão. O cruzamento desta vez veio dos pés de Bruno Meneghel. Ele mandou para trás e Ricardo Xavier não alcançou. Mas Aírton apareceu para bater com categoria.
Como tudo aconteceu até aquele momento com relativa facilidade, o Náutico puxou o freio de mão. Foi a chance que o trem precisava para respirar um pouco e ao menos "conhecer" o campo defensivo dos pernambucanos. O primeiro chute só veio aos 26 minutos, quando Anderson Problema não criou problema algum para Glédson, já que chutou por cima.
Bastava ao Náutico engrenar outro bom ataque que o terceiro gol sairia. E ele saiu aos 34. Eduardo Ramos, sem a marcação dura que recebe no estadual, tirou um coelho da cartola e serviu Bruno Meneghel. O camisa 11 não tentou de qualquer jeito. Foi na sutileza e fez seu segundo gol na partida.
O Trem voltou para o segundo tempo com o atacante Jean Marabaixo no lugar de Anderson Problema. Apesar de o time, na teoria, ficar mais ofensivo, quem levou vantagem foi o time da casa. Logo aos três minutos, Kieza foi lançado e derrubado por Ronílson dentro da área. O árbitro não teve dúvida como fizera no primeiro tempo e anotou o pênalti.
Ricardo Xavier foi para a cobrança e mandou no lado em que o goleiro caiu. Mas não houve defesa e o que era chocolate virou goleada. Num espasmo de valentia e superação, o Trem foi para cima e marcou um gol aos oito minutos. Porém, na jogada, o goleiro alvirrubro Glédson sofreu falta e a jogada anulada. Se era para fazer gol valendo que ficasse com o Náutico, que já havia marcado quatro.
Aos 11, Meneghel fez boa jogada individual e chutou. O goleiro Cristiano, como de hábito neste jogo, deu mais um rebote. Só que agora ele teve o azar de encontrar Kieza diante de si. O atacante não perdoou e marcou mais um, o quinto. Já tendo mexido três vezes, nenhuma delas surtindo efeito, o que se esperaria do Trem? Abatimento geral, claro. Os visitantes entregaram-se completamente e bastaria o Náutico apertar mais para conseguir outros gols.
E esse gol do abatimento até demorou. Só veio à luz da noite aos 31 minutos. Davyd Sacconi, que entrara há pouco no lugar de Eduardo Ramos, recebeu cruzamento de Rogério. Livre na pequena área, só teve o trabalho de completar para as redes. Terceiro gol do segundo tempo e 6x0 na conta total. O sétimo poderia ter vindo aos 39, caso Bruno Meneghel não chutasse por cima.
Náutico: Glédson; Peter, Wescley, Everton Luiz e Aírton; Everton, Derley e Eduardo Ramos (Davyd Saccony); Kieza (Rogério), Bruno Meneghel e Ricardo Xavier (Willian). Técnico: Roberto Fernandes.
Trem: Cristiano; Rô (Del Curuçá), Filho, Remerson e Batata; Diego Carajás, Lessandro, Diogo Piraca (Glaubi) e Ronílson; Ari e Anderson Problema (Jean Marabaixo). Técnico: Vítor Jayme.
Local: Aflitos. Árbitro: José Renato Albuquerque Soares (PB). Assistentes: Broney Machado e Luís Felipe Correa. Gols: Bruno Meneghel, aos 12; Aírton, aos 16; Bruno Meneghel, aos 34 do primeiro. Ricardo Xavier, aos quatro; Kieza, aos 11; Davyd Sacconi, aos 31. Cartões amarelos: Éverton Luiz, Eduardo Ramos, Derley, Lessandro e Ronílson.
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