quarta-feira, 16 de junho de 2010

Espanha para no ferrolho suíço e perde por 1x0

O favoritismo espanhol ruiu frente à retranca suíça. Nesta quarta-feira, a Espanha até pressionou durante toda a partida contra a Suíça, mas sofreu um gol no segundo tempo e perdeu por 1 a 0, no Estádio Moisés Mabhida, em Durban, em partida válida pelo Grupo H da Copa do Mundo.

O resultado deixou a Suíça empatada na liderança da chave com o Chile, que havia derrotado os hondurenhos por 1 a 0 também nesta quarta-feira. Os espanhóis tentam se reabilitar agora contra a seleção de Honduras na próxima segunda-feira, mesmo dia em que os suíços enfrentam os chilenos.

A partida desta quarta marcava um importante duelo. De um lado a força ofensiva espanhola, uma das principais potências da Copa do Mundo e campeã da Eurocopa em 2008. E do outro, a defesa suíça. No Mundial de 2006, a equipe foi eliminada nas oitavas de final - para a Ucrânia, nos pênaltis - sem tomar nenhum gol na competição. O último gol sofrido em Copas foi justamente para a Espanha, em 1994, nas oitavas de final, marcado por Beguiristain.

Na partida em Durban, a Espanha pressionou desde os minutos iniciais. Criou inúmeras chances durante todo o confronto, sobretudo com Iniesta e David Villa, mas não conseguiu aproveitar nenhuma delas. A Suíça, por sua vez, foi mortal. Em um de seus únicos ataques na partida, marcou com Gélson Fernandes e causou a primeira grande surpresa da Copa.

As duas seleções entraram em campo nesta quarta-feira desfalcadas por contusões. No banco espanhol estavam Fabregas e Fernando Torres, importante jogador no esquema tático de Vicente del Bosque. Sem ele, o treinador apostou no meia-atacante David Silva para formar dupla com David Villa. A Suíça, por sua vez, não tinha Valon Behrami e Alexander Frei, capitão da equipe.

O JOGO - Preocupada com o poder de criação espanhol, a Suíça iniciou a partida congestionando o meio-de-campo. Meias e atacantes recuavam, os laterais se adiantavam e ajudavam os volantes na contenção sobretudo de Xavi e Iniesta. A Espanha, assim, não encontrava espaço. Rodava a bola de um lado ao outro com agilidade, mas sem conseguir chegar ao ataque com perigo. A primeira finalização saiu apenas aos 16 minutos, quando David Silva avançou pela esquerda e bateu da entrada da área, rasteiro, para a tranquila defesa de Benaglio. No lance seguinte, pela direita, Sergio Ramos deu bom corte no zagueiro e chutou com perigo, mas a bola bateu na rede pelo lado de fora.

Aos poucos, a marcação suíça foi arrefecendo. E Iniesta começou a aparecer. Minutos depois de arriscar de fora da área e exigir boa defesa de Benaglio, o meia do Barcelona deu passe primoroso para Piqué aos 23 minutos. Dentro da área, o zagueiro aplicou bom corte no defensor e bateu em cima do goleiro. Acuada, a Suíça já não conseguia trocar passes e quase não passava do meio-de-campo. A pressão espanhola só aumentava. Aos 28, Iniesta recebeu lançamento, tentou fintar o zagueiro e sofreu falta na meia-lua. David Villa cobrou com força, mas a bola desviou na barreira e saiu para escanteio.

Pouco antes do término do primeiro tempo, o zagueiro Senderos deu carrinho em um próprio companheiro, machucou o pé e precisou ser substituído por Von Bergen. A Espanha ainda tentou uma pressão final antes do intervalo. Após boa jogada de Villa, aos 43, Iniesta recebeu na entrada da área e bateu firme, por cima do gol. No minuto seguinte, a jogada se inverteu. O meia tocou e o atacante fintou dois defensores dentro da área. Pecou apenas na conclusão, ao tentar dar um leve toque por cobertura e a bola sair sem direção.

Na volta do intervalo, a seleção espanhola voltou pressionando ainda mais. Criou boas chances nos minutos iniciais, principalmente em jogadas pelas laterais. Mas a Suíça foi letal em seu primeiro bom ataque na partida. Após Benaglio dar um chutão para frente, a defesa espanhola afastou mal e a bola sobrou para Derdyiok. O atacante dividiu com Casillas, Piqué tropeçou no goleiro e, sozinho, Gélson Fernandes abriu o placar aos seis minutos.

Em desvantagem, a Espanha se lançou de vez ao ataque. Aos 15, Xavi deu bom passe e David Villa saiu na cara do gol, mas Benaglio fechou bem e evitou o empate. Del Bosque, então, colocou Fernando Torres no lugar do volante Busquets - ainda sacou o apagado David Silva, para a entrada de Jesus Navas. Com apenas Xabi Alonso como volante e dois atacantes de origem, a pressão espanhola aumentou ainda mais. No minuto seguinte, Iniesta recebeu na entrada da área e bateu colocado, em bola que raspou a trave.

Torres, por sua vez, teve duas boas chances seguidas ao receber passes de Villa aos 22 e aos 23. Desperdiçou ambas, uma por cima e outra após defesa de Benaglio. Na cobrança de escanteio, Xabi Alonso aproveitou rebote de fora da área e acertou o travessão. Dois minutos depois, Navas recebeu sozinho na direita e finalizou em cima do goleiro. Piqué também teve sua chance aos 28, após completar cabeçada com um toque de coxa e exigir mais uma boa defesa de Benaglio.

O jogo seguia em ritmo alucinante. Em rápido contra-ataque, Derdiyok fez grande jogada, passou por dois zagueiros e acertou a trave de Casillas aos 28 minutos. O ataque suíço ainda tentou outras duas vezes no mesmo lance, até a defesa espanhola finalmente afastar. Na jogada seguinte, a situação piorou ainda mais para os espanhóis: Iniesta sofreu uma lesão e precisou ser substituído por Pedro.

Nos minutos finais, a Espanha aumentou ainda mais a pressão. Tentou pelos lados, em tabelas rápidas, em chutes de fora da área. Não conseguiu, no entanto, superar a defesa suíça, que chegou assim à sua quinta partida consecutiva sem sofrer gols em Mundiais.

FICHA TÉCNICA:

Espanha 0 x 1 Suíça

Espanha - Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevilla; Busquets (Fernando Torres), Xabi Alonso, Xavi e Iniesta (Pedro); David Silva (Jesus Navas) e David Villa. Técnico - Vicente del Bosque.

Suíça - Benaglio; Lichtsteiner, Senderos (Von Bergen), Grichting e Ziegler; Barnetta (Eggimann), Inler, Huggel, e Gélson Fernandes; Derdiyok (Yakin) e Nkufo. Técnico - Ottmar Hitzfeld.

Gols - Gélson Fernandes, aos seis minutos do segundo tempo.

Árbitro - Howard Webb (ING).

Cartões Amarelos - Grichting, Ziegler, Yakin e Benaglio.

Local - Estádio Moisés Mabhida, em Durban (África do Sul).

Público: 62.452 torcedores.

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