Algoz do Brasil nas quartas de final, a Holanda confirmou o favoritismo e conquistou a classificação para a final da Copa do Mundo, nesta terça-feira, ao vencer o Uruguai por 3 a 2, no estádio Green Point, na Cidade do Cabo. Único time com 100% de aproveitamento neste Mundial, a Holanda terá pela frente na grande decisão o vencedor do confronto entre Alemanha e Espanha.
O time europeu, que chegou à sua sexta vitória consecutiva na África do Sul, se garantiu em sua terceira final de Copa do Mundo. Em 1974 e 1978, os holandeses perderam para as seleções anfitriãs, Alemanha e Argentina, respectivamente. Desta vez, a equipe chegou à decisão embalada por 25 jogos de invencibilidade, incluindo amistosos e a campanha nas Eliminatórias da Copa. A última derrota aconteceu em setembro de 2008, em um amistoso com a Austrália.
Surpresa deste Mundial, o Uruguai perdeu a chance de chegar à sua terceira decisão. Foi campeão em 1930 e 1950, e protagonizou seguidas decepções após conquistar o bicampeonato. A campanha na África do Sul resgatou o orgulho da seleção do técnico Oscar Tabárez, única representante da América do Sul nas semifinais.
A Holanda enfrentará o vencedor do confronto entre Alemanha e Espanha, que se enfrentarão nesta quarta, em Durban. A grande decisão será disputada no próximo domingo, às 15h30 (de Brasília), no estádio Soccer City, em Johannesburgo.
O Uruguai disputará o terceiro lugar da Copa do Mundo no sábado, também às 15h30, no estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, contra o perdedor da semifinal desta quarta.
O JOGO - Maior surpresa desta Copa do Mundo, o Uruguai não se intimidou com o favoritismo holandês e partiu para cima nos primeiros instantes, na tentativa de surpreender a defesa rival. Mas os desfalques do capitão Lugano, Suárez e Fucile pesaram na equipe uruguaia e a Holanda não demorou para assumir o controle do jogo.
O meia Kuyt tratou de dar o primeiro susto em Muslera logo aos 2 minutos para mostrar o perigo do ataque holandês. Ele aproveitou rebote do goleiro e, dentro da área, bateu por cima do gol.
O lance, porém, foi o único da equipe europeia até a metade do primeiro tempo. Mesmo com maior posse de bola, os holandeses paravam com frequência na marcação adiantada do adversário. A estratégia dificultava a armação da Holanda. A bola quase não chegava em Sneijder, principal criador do time.
Sem conseguir se aproximar da área, os holandeses arriscaram de longe e conseguiram furar o bloqueio com um golaço de Van Bronckhorst. Aos 17, o lateral finalizou da intermediária e acertou o ângulo esquerdo. A bola carimbou a trave antes de entrar, sem dar chances para Muslera.
A vantagem no placar não reduziu o ritmo da Holanda, que se manteve no ataque e buscava o segundo gol, com Kuyt e Robben. Assim como os uruguaios, os europeus antecipavam a marcação, o que permitia o contra-ataque sul-americano. E, dessa forma, Cavani quase deu um susto na defesa holandesa ao avançar pela direita, aos 34 minutos. O atacante invadiu a área, mas foi neutralizado pela marcação, na primeira boa chance uruguaia depois do gol.
Também com dificuldade de penetrar na defesa rival, o Uruguai apostou na mesma estratégia da Holanda e tentou empatar em chute de longa distância. Aos 40 minutos, Forlán bateu de longe, pela direita, e marcou um golaço. A bola fez grande curva e surpreendeu o goleiro Stekelenburg. Foi o quarto gol do atacante neste Mundial.
O empate manteve o Uruguai motivado na volta do intervalo. Mais consistente, o time sul-americano cresceu no segundo tempo e dominou o jogo nos primeiros minutos. O técnico Oscar Tabárez voltou a adiantar a marcação e fechou os espaços da Holanda, mais lenta no meio de campo.
O Uruguai criou sua primeira boa chance aos 5 minutos. Cavani aproveitou erro da defesa holandesa, avançou até a área e só foi parado por Stekelenburg, que fez saída arriscada do gol. No rebote, Alvaro Pereira tentou encobrir o goleiro, mas Bronckhorst tirou de cabeça na pequena área.
Perdida em campo, diante do maior volume do Uruguai, a Holanda demorou para entrar no jogo no segundo tempo. Robben mostrou que o time europeu ainda estava vivo no jogo aos 23 minutos, ao completar jogada de Van Persie. Quase na pequena área, ele bateu forte, por cima do travessão, assustando Muslera.
E, mesmo sem jogar bem, a Holanda chegou ao segundo gol um minuto depois. Sneijder bateu rasteiro da entrada da área e acertou o canto esquerdo do goleiro uruguaio. No meio do caminho, a bola quase acertou o pé de Van Persie, impedido no lance. O árbitro confirmou o gol. Sneijder chegou ao seu quinto gol nesta Copa, empatando com o espanhol David Villa na artilharia.
O gol "acordou" de vez os holandeses, que começaram a impor o seu jogo. A equipe conquistou mais espaço em campo e praticamente não deu chances ao rival. Aos 29 minutos, Kuyt cruzou da esquerda e Robben, sem marcação, cabeceou para o fundo das redes.
O Uruguai tentou reagir nos instantes finais e chegou a assustar a defesa holandesa, ao marcar o segundo gol, aos 47 minutos do segundo tempo. Maxi Pereira dominou na entrada da área e bateu rasteiro no canto esquerdo de Stekelenburg. Em seguida, os uruguaios protagonizaram um final de jogo emocionante, ao pressionar o rival. Mas a Holanda se segurou na defesa e garantiu a vitória.
Ficha Técnica:
Uruguai 2 x 3 Holanda
Uruguai - Muslera; Maxi Pereira, Victorino, Godin, Cáceres; Diego Pérez, Gargano, Arevalo Rios e Alvaro Pereira (Abreu); Diego Forlán (Sebastian Fernandez) e Cavani. Técnico: Oscar Tabárez.
Holanda - Stekelenburg; Boulahrouz, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst; De Zeeuw (Van der Vaart), Van Bommel, Kuyt, Sneijder; Robben (Elia) e Van Persie. Técnico: Bert van Marwijk.
Gols - Van Bronckhorst, aos 17, e Forlán, aos 40 minutos do primeiro tempo; Sneijder, aos 24, Robben, aos 29, e Maxi Pereira, aos 47 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos - Maxi Pereira e Cáceres (Uruguai); Sneijder, Boulahrouz e Van Bommel (Holanda).
Árbitro - Ravshan Irmatov (Usbequistão).
Público - 62.479 espectadores.
Local - Estádio Green Point, na Cidade do Cabo (África do Sul).
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